Existe uma relação terrivelmente promiscua
no país entre quase todos os partidos e empresários. Os partidos entregam o poder, e os
empresário o dinheiro. O formato do sistema político brasileiro transforma o
Congresso num shopping onde apenas frequentam os que têm poder de compra.
Esta relação sempre foi acobertada pela
prensa brasileira. A prensa brasileira é tão corrupta quanto o Renan Calheiros
e José Sarney, e isso criou uma pressão natural. Durou décadas, mas houve um
destape dessa pressão acumulada por anos de uma relação promiscua dos
partidos, com os meios de comunicação e empreiteiras.
A luta agora deve ser pela reestrutura do
sistema político brasileiro. Vinte centavos é passado.
Não há mais como suportar a forma com que
opera a política neste país. Não podemos aceitar o Maluf abraçando o Presidente
Lula. Não há lógica que a sustente.
A desculpa de ter uma base no Congresso
Nacional para poder ter governabilidade foi implodida. Décadas depois da volta
à democracia, a sociedade brasileira começa a rejeitar esse modelo. E a rejeitar
devolvendo com a mesma violência a péssima capacidade de resolver problemas dos
governos federais, estaduais e municipais. Cada pedrada numa vidraça de um
prédio público representa a morte no Nordeste através da seca. Há seca no Nordeste
em pleno século XXI. Não podemos mais engolir que a sexta maior economia do
mundo tenha um dos piores serviços de saúde do planeta.
De alguma maneira a distância física de Brasília
criava uma barreira entre o cidadão e o político. Mas as redes sociais não
respeitam quilômetros e nem os meios de comunicação. As redes sociais deram o
“by pass” nos donos de conglomerados comunicacionais e possibilitaram o que
está acontecendo.
Este movimento é tão amorfo quanto a mesma
política brasileira. Editorialistas dos meios não conseguem entender o que está
acontecendo e se atrapalham nas explicações. Os meios não querem mudanças. Seus
donos vão perder muito dinheiro, assim como os políticos e as empreiteiras.
Devemos continuar este processo,
radicalizando cada vez mais, sem retroceder nem um só passo. A violência é resultado
deste processo é o ônus da mudança. Mas quem deve pagar isso são os atores do
poder público, estopim desta revolução.
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