Sempre há a possibilidade de vencer. Mesmo que a possibilidade seja uma mentira. Vencer é algo que nós nos disponibilizamos. O prêmio é commodity. Tem preço e tudo mais.
Não vim ao mundo para vitórias. Só há vitórias com a derrota de terceiros. Não quero derrotar ninguém. Há muito trabalho em nossas vidas para travarmos guerras pessoais para sobrevivermos à nossa existência ridícula. Faço o que o palpitar do meu coração determinar. Então, até ele terminar o seu serviço, continuarei.
Não há saída. Não haverá mudança. Não desaqueceremos a terra. Não salvaremos as crianças desnutridas. Não educaremos os analfabetos. Mas não vou ficar aqui esperando. Só quem pode andar é quem sabe como estamos longe. Quem está na platéia, apenas calcula a distância. Vamo aê, vai? Convite sincero e inútil.
Precisar, precisamos. Mas a quem vamos recorrer? A ninguém. Ou você acredita em quem bate palma? Acredite nos que sobrevivem dia após dia levando este continente nas costas. Deixe de lado esperanças prontas. Construa sua própria verdade. Já é um começo.
Dedico esta postagem ao meu tio Carlão. Morto na última terça-feira às 15horas num acidente de Caminhão na Bandeirantes. Não teve tempo de parar. Reduziu sua cabine à algo não compreensível. Homem honesto, humilde. Pai de 4 filhos. Não tive tempo de vê-lo em 20 anos que moro no Brasil. Beijos tio.