sexta-feira, 7 de maio de 2010

Haver.

Aquela conquista inglória. O sorriso discreto. A existência sem vida. O adeus sem mistérios. Vivemos como se tudo fosse o mesmo do sempre. O despertar de um Sol, o ingresso da mesma noite. O silêncio do frio. O peso do saber.

Do momento, ridículo fantoche. A expressa conciência de que tudo vai nos levar para onde for, desde que seja onde queremos. E aquela angústia de saber, de que por mais que acreditarmos, o amanhã não nos pertence.

Incrédulo e sincero sobre nós. Algum dia chegará. Algum dia bastará. Como se o fim da reta estivesse na esquina. Como se o teu sorriso agradecesse o motivo. Mas sabe lá, que nada há mais do que é, e sempre será, muito mais do que pode ser. Não há em nós algo maior do que somos. Não há nada menor do que poderíamos ser. Aprenda você, a conceder o espaço real do seu tamanho, na escala sincera do seu valor. Não há promessa sem cunho. Não há olhar sem luz, não há mundo sem você.

Me ensina a descrer. Te ensino a amar.

Não consigo esquecer, e assim não consigo acreditar.