domingo, 16 de setembro de 2012
O Preço.
Sobrevivi a mim mil vezes. À minha fé, e a falta dela. Sobrevivi à mim, a mais de 100. Sobrevivi ao coração parado, bêbado sem motivo. Sobrevivi ao oceano. Sobrevivi até que fosse capaz de entender que me perdi, sem saber que me buscara. Sobrevivi aos que magoei. Sobrevivi à minha mentira. Sorri à fome. Mas não entendi.
Eu não entendi ao certo, que quando o tempo mudou, não havia sinal, se.
O calor indicara que o lugar não é. E os meus, jamais seriam meus. E que ninguém, ninguém usa o latido para poder dizer o que sinto. O convívio altivo do respeito mutuo, faz a dor maior. No meu peito, não há um lugar para mim.
Cada dia volto como se fosse a primeira linha. E deste texto, como se a desculpa por estar aqui fosse o motivo de escrever. É o descrito sempre, agreste presente, sincero feito a falta d’agua. E o ritmo a dizer que as coisas são bem mais que a mesma gota.
Como se cada arrependimento agregasse o que fingi esconder impreterido. Nada além-mar. Nada além-ser.
Eu não entendi ao certo, o quanto devo responder pelo que não fiz. Estou aqui, trazido pelos teus destinos. Não me peça assumir o que não conseguiram resolver. Sou carne, fruto de vos. Quase um erro. Não por estar aqui, mas por ser de vcs.
Revolução minha que faz tempo. Brincava feito gente grande. Quanto a arma de brinquedo, nem previa os mortos. Único sonho que se realizou. Em mim, a única vitória. Concreto real, feito arvore de tocar.
Sobrevivi a vcs. À todos. Até o limite do meu corpo, até que a minha fé me separe.
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