Falo com as mãos como se fosse pré-texto. Uso-as como se a defesa estivesse ao alcance. Mas não há chance. Estamos rendidos pela limitação do que conseguimos tocar. Por isso, nosso mundo é pequeno, mesquinho, sem graça e divertido. Passamos o tempo tentando topar as coisas que os olhos vêem, e o coração sente. Mas a distância é tão curta quanto o abraço. Fingimos dá-lo para continuarmos presentes.
Mas inventamos a saudades. Soma da distância, com o tempo vazio. Sobrevivem os que decidem por outra equação. Algumas duram mais. Algumas são fajutas. Outras são credo.
Enfrento de peito aberto a intempérie da verdade. O destino é o único que acompanha mesmo não acreditado. Nós vamos por inércia. Amamos por comodismo e relutamos quando dói. Mas o caminho continua. Apenas a forma de atravessá-lo se modifica. A maioria dos animais segue o mesmo percurso. Apenas nós insistimos em mudar de rumo. Como se as respostas estivessem ali.
Mas como temos achamos as respostas, dadas, compradas, alugadas ou ganhas, somos nós. Só nós. A incrível possibilidade de ser o que somos, nos dá a incerteza de saber se realmente vamos pro lado certo. Daí, nos tornamos humanos. Fazemos errado. Nos definimos e somos. Infelizes ou festivos, cada um decide o quê
Um comentário:
Pesado e fluido. Verdades incômodas.
Sempre denso, você.
Postar um comentário