quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Faltou um serzinho despresível, sem importância e antigo para nos entregar a verdade. Alguém pode sobreviver fora dos padrões necessário ao existir. Mas o que me faria acreditar que a ciência seria capaz de definir o que é a vida? A própria ciência determinou o que é necessário para que cada ser pudesse existir, respirar, se alimentar, etc. A ciência nos simplificou a uma sequência de testes comprováveis, como se o todo do ser fosse apenas uma simples experiência repetível, controlável, e hipodérmica. Quando muleque, chamaria-o de pequeno.
Sou mais do que as respostas podem dar. Sou mais do que as perguntas já concretizaram. Sou alguém sem importar, mas que existe.
Há ciência exata. Há a ciência humana. Há a retórica desnuda, e construída sobre o alicerce do saber. Mas o saber já é determinado pelo engenho humano. Limítrofe, tolo e que não vai além da capacidade simples de compreender de que não somos o fim. O sentido apostos em 6 não é determinante ao que por exêlencia Deus fez. Em seu absoluto e inconstetável todo, somos o recorte desnecessário que justifica em partes o motivo de estarmos aqui. Mas como nada pôde nos dar uma resposta, aqui continuamos. Com fé, com a ciência, com a conciência. A vitrine do que somos, enxergado pelo espelho.

sábado, 16 de outubro de 2010

Artefacto

A simbiose de mim, do ser, do querer, do estar me fez acreditar de que posso mais do que devo, e de que teria mais do que pudesse.

Os tapas mais doloridos são compostos de coisas arquétipas: vida, morte, dor, amor. Com elas acordamos perante o que evitamos, tememos e desconhecemos. Com elas nos damos conta da servidão que é ser humano.

Simples como o desejo de querer ter novamente, o vazio da miséria de que o tempo passou e nada fiz por merecer faz acreditar de que somos menores do que a insuportável dor que sentimos. E nem sempre os que geram essa dor, a mereciam como um galardón.

Não me nego por querer, mas me diminuo por necessidade. A existência plena através do processo da compreensão dos fatos se faz irreconhecível perante uma lágrima. E quem a nega, nunca chorou sincero.

O que me resta é escrever. Fácil, discreto, sublime, simples e com a possibilidade de corrigir sem deixar rastros. Por mais cansada e promíscua, a palavra se mantém incólume perante o que eu penso. Moldo o que eu quero através delas, assim dou forma e sentido. Através das palavras registro o real momento da vida. Dão a forma, significante símbolo do que pode ser. O que é, só está em nós, e isso ninguém contesta. Nem nós mesmos. Nós é conjunto de caráter com experiências. Ou seja,
é desajustado em relação ao que somos. O que somos é essência. Nós, é a linguagem utilizada na pífia tentativa de nos entender.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Muito Mais.

Fragmentos dos segundos vividos em algum lugar. Em todo lugar. Não padecem, não desaparecem. Transcorrem. Composto da Alma, como ser eterno fosse o capaz a qualquer preço.

Idade da Alma não é a do corpo. Pele enrugará, coração mal-palpitará, o sangue pesará, os olhos se negarão. Mas na Alma não há tempo. Na Alma não há corpo.

O sentido da existência, só enquanto a houver. A existência não tem sentido por que há.

Disposto ao que sempre fui, protótipo não encaixado do que me rodeia. Me preveni, mas o sentido escondia a intenção, então o corpo padeceu, a Alma quase sangrou. Mas Alma não é corpo, não é pedaço, não é fato. A Alma é em si.

Por isso ainda estou aqui, disposto a um pouco mais de Alma.
Há Alma em algo mais disposto.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Um passo.

Se o fomento ao despreso fosse possível, não haveria em nós um ser intacto. Em nossas mãos, o tato sincero do que quisemos. Como se o objeto tácito não fosse possível.
Em nenhum momento, a vitória do acaso fosse progresso, possível como se nunca houvesse tempo reverso. Admito, frágil que se o tempo fosse reversível, voltaria novamente. Cada passo, cada esquina, cada beijo.

Sonhei como se tudo estivesse ao contrário. Me despi de mim, e segui adiante. Acreditei no que vi, mesmo que o destino fosse claro como água, e mostrasse o fundo. Sólido para a pisada, temente para o passo.

sábado, 7 de agosto de 2010

Do que somos.

Conheci Galeano quando criança
Estive África
Conquistei meus sonhos 2 vezes
Recomecei tudo de novo
Não levei nada comigo

Já passei fome.
Já tive chofer.
Já senti o gosto de um revolver.
Sobrevivi a mim mesmo.
Acordei numa casa alheia.

Os colhões que herdei.
A história que vivi.
As vitórias que sonhei.
Amanhacer em Punta Carneiro.
As derrotas que colhi.

Já traí.
Já robei.
Quase matei.
Já morri.
Sempre neguei.

Acreditei em mim.
Não tive fé.
Fui eu mesmo.
Troquei amigos por sonhos.
Não ter noção do tempo.

Não me vendi
Sempre reconheci
Sorri sempre
Soube aceitar
Duvidei do amor

Fui eu mesmo...

sábado, 5 de junho de 2010

Self.

E mais um dia. Como se nada. Como se houvesse ao mesmo, um pouco do que sobrou.
Incompleto. Regresso. Fajuto. Impócrito. Mas real. O que há de nós, é o único que pode de verdade ser. Muito mais do que conseguimos. Conseguimos o que o límite nos permite.

Desastrados na arte de existir, nos aceitamos como se um Deus nos desse o aval de sobreviver. Mas a hipocresia de conviver com isso, nos fez crentes em tudo. Até em nós mesmo. Ainda bem que nos mentimos. Participamos dessas tal verdades. Mesmo que desacreditadas.

Ser tolo diria minha vó. Ser tolerante diria meu avô. Ser o que somos, diria meu amigo.

Nada além de realmente acreditar no sentir. Sentir não é ser. Sentir não é poder. Sentir é apenas a essência da pequena existência das nossas almas. E aí nos enganamos. Afinal, é bem mais fácil enxergar o vel, do que a verdade do reflexo que os olhos enxergam. Exato como se nada. Justos, quão verdadeiros.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O não querer está no pensamento, ou está na capacidade de não comentar a vontade com ninguém?

Sem mais.

Cansado. O peso de toda uma noite, recolhido numa manhã segura. Como se houvesse uma simples promessa cumprida de uma vontade escondida. Ou a memória me devolvesse tudo.

Não sou o que teus olhos acreditaram, nem o que teu corpo sentiu.

Protegido. Entre o céu e o inferno, vivendo a vida que resta. Sou apenas a peça que faltara. A opção do encaixe predestinado. Desistindo de tentar, é a segurança de manter. Esqueço de querer, não quero poder.

Descrente. A imensa força que está em nós, minúscula perante o que realmente somos.

Seguir. Sem rendição, sem réu confesso, sem acareação, sem protesto, sem ingresso. Vou adiante. Peito aberto, de frente pro canhão, sem medo da verdade.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Así.

Todo es mío. El dolor de haber nascido, la gracia de vivir, la victoria de existir.

Esperame. El viento soplará, la mesa será servida, te brindaré como una copa. Lo mejor de um sentimiento, el ingreso a la verdad, un discurso sincero.

Gracias a ti, me ví. Gracias a ti, me descubrí. Gracias a tí, soy um poco más humano. Un poco más animal.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Haver.

Aquela conquista inglória. O sorriso discreto. A existência sem vida. O adeus sem mistérios. Vivemos como se tudo fosse o mesmo do sempre. O despertar de um Sol, o ingresso da mesma noite. O silêncio do frio. O peso do saber.

Do momento, ridículo fantoche. A expressa conciência de que tudo vai nos levar para onde for, desde que seja onde queremos. E aquela angústia de saber, de que por mais que acreditarmos, o amanhã não nos pertence.

Incrédulo e sincero sobre nós. Algum dia chegará. Algum dia bastará. Como se o fim da reta estivesse na esquina. Como se o teu sorriso agradecesse o motivo. Mas sabe lá, que nada há mais do que é, e sempre será, muito mais do que pode ser. Não há em nós algo maior do que somos. Não há nada menor do que poderíamos ser. Aprenda você, a conceder o espaço real do seu tamanho, na escala sincera do seu valor. Não há promessa sem cunho. Não há olhar sem luz, não há mundo sem você.

Me ensina a descrer. Te ensino a amar.

Não consigo esquecer, e assim não consigo acreditar.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Ingresso

A extensa distância é maior do que a vontade de poder. (1)

E a capacidade de cada um, depende mais do que aprendemos, e da possibilidade do que acreditamos. (2)

Continuo assim, como se nada. (3) Tivesse acontecido. (4) Tivesse acreditato. Tivesse vivido. (5)

Construído algo além do que nós fomos e pudemos. (6)

Existo, isso sim, alegre. Refúgio da estima. Ingresso do saber. Alcova da ignorância. Assumo o que há de mim. (7)

E não adianta mais do Nós. Se o troco é pouco, ainda é muito. (8)

Bem menos palavras. Mais do sentido. Palavras são o destino do que aprendemos. O sentido é em nós, o que somos. (...)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Regresso

Como se tudo se resumisse numa simples linha. Mas ela dividia o céu e a terra... era o horizonte. Eramos nós. E assim levávamos o que restava de nós. Num simples despertar do que aconteceu e do que estava por vir. Mas inocente, hipócrito e insólito. Num contínuo digitar. Como se o amanhecer não fosse o suficiente. Como se a ternura fosse pouco.
Desistí por um bom tempo. De mim. De você. De tudo. Afinal, o que restava eram apenas, eu. Nú. Sem mais nada além de mim e de você.
Mas são apenas letras. Sem sentido. Sem lapso, sem regresso, sem retorno.
E a o que me diz? Estou aqui, e me acorda para o dia, sem a piedade de quem está para nós cuidar. Afinal, uma só história basta para nos encontrar sensíveis como somos.
O tempo, a distância, o lapso e o relativo foram pouco para o tudo. A discreta forma de encontrar disforme o que somos, é apenas a forma de dizer o que sabemos. A distância está no que somos. No que sabemos. No que aceitamos.
Um artifício da verdade descrita num olhar. No fim do impossível, olhar daquilo que chamamos de verdade. Na luz desenhada de uma alvorada qualquer. Comum. Discreta. Constate. A manhã de nós. A verdade do que é.