quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Nem sempre importa.

A respeito do que fazemos, a lição nunca é pouca. A sobra do que queríamos alimenta o nosso coração. Olhar ao passado e sentir que o tempo foi justo, tranqüiliza. Não queremos aplausos. Não queremos olhos que nos cuidem. Queremos o bom senso da discórdia para sempre. E afinal, ninguém os merece.

Somos um eterno ir, sem nunca deixar de ser. Não pretendo perder o tempo que me resta. Na verdade não vou dividi-lo. Ele é só meu. Existe para mim, como para mais ninguém. Só a mim pertence quando perdido. A certeza do fim atende as expectativas de planos a longo prazo. Mas meu dia é hoje. Mesmo que algumas vezes a sinceridade ganhe força. Assim como a solidão da verdade quando bate no peito. Acompanha calada, sem se queixar. Por isso somos perenes.

Mas continuo de braços abertos. Como se a bala não fosse atingir. Não deixarei de abraçar ninguém com medo do impacto.

E o todo continua. A soma das coisas resulta, os verbos se conjugam e os olhos se fecham ao fim de um dia. Mesmo que tenha durado uma noite inteira. E o tudo se simplifica.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Anunciação.

Tudo ao mesmo tempo. Sempre só, mas ao mesmo tempo. Sempre, então. Agora que nosso destino é parte ciência, parte crença, a virtude de escolher o que quero é parte vital de algo definido. Não comprovado, não acreditado.

A escolha vital. Como o oxigênio, não é nossa. Mas nem sempre há vontade. Se no sopro que é a vida houver chance, estou sem ar. Acostumei a não ter fôlego. Mas não deixei de respirar. Por isso a peleja. Falta ar. A multidão questiona conflitos, sem ter respostas para dar paz.

Buscamos a chance do real engano, na procura da falsa luz da verdade. O sol do meio dia brilhará bem mais se acharmos, há certeza. Mesmo sem o brilho. Há luz em tudo.

Assim, ao mesmo tempo. Tudo agora de repente. Como se a memória fosse curta. O lapso que guarda tudo o que não veio. Ela está presente, o futuro poderá chegar. Cheio de vida vazia. Se a temos, razão já fez sentido. Mesmo sem costume. Mesmo desentendido.

Cuidado se o sorriso treme, se o olhar simula, se a mão aponta. As formas, o saber, e a vitória são inventadas. São possuídas por poucos, festejadas por todos, e ensinadas por ninguém. Tente fazer história. Por que da vida, sobra apenas túmulo com data e um corpo com nome

A voz do que somos não sai das bocas. Ela ecoa do coração. Por isso, um dia ela acaba. Tudo, ao mesmo tempo.