Há sempre tempo para tentar evitar. Quase sempre insuficiente. Quase sempre no momento errado. Quase sempre injustificável. Mas continuamos os nossos caminhos, como se responsabilidade fosse do tempo, e não nossa. Como se não fizéssemos parte um do outro. Há uma dúvida nas verdades. Há sempre a possibilidade de não ser o que somos. E muito menos de sermos o que evitamos. Alguns sabemos, poucos dizemos. Ninguém assume.
Há uma vida pequena, finita, e que existe apenas quando estamos acordados. Há anos. Há séculos. Há frações. Há decimais. Há abraços. Há obrigados. Há amigos. Não percamos de vista o que realmente é tangível.
A versão dos fatos não é de quem participou do evento. É de quem a conta. E para quem fica, sempre a palavra final. Espero que estes epitáfios digitais sejam fatos consumados. Venho de um lugar onde não há perdão. Mas sobram os obrigados. A vida é feita das pessoas que te rodeiam. Não há escapatória. Por isso, não se preocupe na vida que você leva, mas no que ela afeta aos próximos. As vezes ninguém nos merece.
E continuamos incólumes. Dolorosos. Sinceros. Justificáveis. Inúteis. Além de a nós mesmos, a quem mais valeria a pena?