terça-feira, 2 de abril de 2013

Without.

E só ela pode dizer o que sempre foi óbvio. A revolução que corre baixo seus pés é indescritível sob o olhar dos que não a pisam. Ninguém, ninguém além dos que a viveram a podem descrever. Sou eu de novo. Suspenso dependente do seu respirar. Inerte ao esperar. O que eu fiz, acho que sei. É como se algo novo fosse totalmente conhecido. Os mesmos erros que a constroem. É vencer o mesmo derrotado todos os dias. É superar o nascer de cada dia, e a noite nem acabara. O fim, sem um começo. Preditivo, fácil igual aos homens. Descritos como sempre, através de frases distintas. Os mesmo defeitos e virtudes, alheias aos que a possuem. A meta-descrição de cada um de nós. É a essência em si, disposta ao acaso. Como se o vento tivesse direção certa. Como se nós tivéssemos sentido além dos caminhos cruzados. A certeza de que em mim, há um pouco de nós. Haver, aqui, não é escusa.

domingo, 16 de setembro de 2012

O Preço.

Sobrevivi a mim mil vezes. À minha fé, e a falta dela. Sobrevivi à mim, a mais de 100. Sobrevivi ao coração parado, bêbado sem motivo. Sobrevivi ao oceano. Sobrevivi até que fosse capaz de entender que me perdi, sem saber que me buscara. Sobrevivi aos que magoei. Sobrevivi à minha mentira. Sorri à fome. Mas não entendi. Eu não entendi ao certo, que quando o tempo mudou, não havia sinal, se. O calor indicara que o lugar não é. E os meus, jamais seriam meus. E que ninguém, ninguém usa o latido para poder dizer o que sinto. O convívio altivo do respeito mutuo, faz a dor maior. No meu peito, não há um lugar para mim. Cada dia volto como se fosse a primeira linha. E deste texto, como se a desculpa por estar aqui fosse o motivo de escrever. É o descrito sempre, agreste presente, sincero feito a falta d’agua. E o ritmo a dizer que as coisas são bem mais que a mesma gota. Como se cada arrependimento agregasse o que fingi esconder impreterido. Nada além-mar. Nada além-ser. Eu não entendi ao certo, o quanto devo responder pelo que não fiz. Estou aqui, trazido pelos teus destinos. Não me peça assumir o que não conseguiram resolver. Sou carne, fruto de vos. Quase um erro. Não por estar aqui, mas por ser de vcs. Revolução minha que faz tempo. Brincava feito gente grande. Quanto a arma de brinquedo, nem previa os mortos. Único sonho que se realizou. Em mim, a única vitória. Concreto real, feito arvore de tocar. Sobrevivi a vcs. À todos. Até o limite do meu corpo, até que a minha fé me separe.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Vago.

Mais uma vez me despeço. Mais uma vez o dever quase cumprido de acertar, e a certeza de não ter cumprido com o meu dever. Mais um recomeço. Sina. Certeza do processo, aquele disposto a dar respostas, sem saber ao certo o que perguntar. Algo automático. Como o bendito sol que aparece gritando que sobrevivemos a mais uma noite. Muitos de vocês sabem do que estou falando.

Aí, o recomeço. Cheira pão fresco, sovado, brindado num dia também fresco, ensolarado da certeza de mais uma vez. E mais uma vez quase cumpri.

Aqui ficam os domingos dissonantes sem tom.
Aqui deixo uma sexta com a morte em meus braços.
Aqui estão todos os dias dos lugares vazios.
Aqui tocou o último acorde.
Aqui continua uma solitária bandeira, metáfora de mim.
Aqui entendi a Deus e seu marco.

Agora, os velhos gigantes e eternos colossais equatoriais. Paradigmas referenciais do que está em nós. Há revolução. A que sempre esperei, armado de armas, armado de letras. Armado do dever quase cumprido de acertar, me dôo pelo dever de saber ao certo, algo automático. Nestes tempos onde os meus são distantes ao meu pretérito, ganham vida todas as palavras de todos os livros que li. Mergulhado na realidade fantástica, sinto a textura e o aroma das sonhadas vitórias, tomadas uma a uma em batalhas realmente fantásticas.

Há 33 anos a menos em minha vida. Todos vividos mais de uma vez. Já distantes, mas sempre presentes vão se ajustando à nova direção, um a um como vagões duma pesada locomotiva que desacelera para não descarrilar. Evite o cruzamento, apesar de lenta ela ainda não vai parar e alguém acabará machucado.

Mais uma vez me despeço. Mais uma vez o recomeço.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

ReplaceMe

Não há motivo claro, nem sopro de inspiração. A coisa funciona através de um contexto que nos coloca no centro das coisas. A resposta que damos está na capacidade de cuspir tudo o que aprendemos. Ela se faz essencial para continuar nosso caminho. E fingindo a certeza, distraidos pisamos nas dos outros.

Há tempos não escrevo. Não senti, há falta. Não há, tenho compromisso. Não tenho história. Só há a mim. Me expunha sem o contraste do afeto, da ordem e da tragédia. Essas medidas que nascem do orgulho e nos fazem julgadores. Absolutamente indiferentes para mim, eu havia.

Não cumpro a sentença de seguir esse caminho porque alguma vez alguém me ensinou a ficar em pé. A sentença que se vire e não dependa do meu período, e que seu modo seja mais do que a linguagem, pois mais gente deverá sentir. Entender é compromisso composto, e cada um que se vire.

Quero ser verbo. Vou ditar a ação. O sujeito que se foda.

Passamos os dias entregando um sorriso matinal animador ao primeiro rosto que nos cruza, apesar de amaldiçoar o horário em que acontece. Exemplo do ter que estar.

Aceitar e aceitar e fingir e abaixar e aceitar e fingir e sorrir e gastar os dias em direção ao último suspiro. Essa trajetória não é mais sentida. Horas e horas e horas e horas e dias e horas e minutos e transformar em fantasmas de corpo presente. E é isso que acontece. Aceitar é nos fazer transparentes. Um corpo sem haver um, nenhum pouco. Aceitar é ser o copo, o meio, o cheio, o vazio.

Aceitar, Felicidade vira fato. Damos a duração de um tempo, definimos um lugar no espaço. Forma, design, sentido. Afinal temos a cavidade vazia esculpida em nossos corações. Temos como adquirir uma Felicidade. Precisamos dela, nem que seja a feita pelos outros.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

I get it

Não há nem mais nem menos. O justo é. Assim para todos, ele é. Presente, indisposto, não o convidado, mas o estável. Mas o que poderia ser? Nada. Só é. E aqui está. Cheio daquilo que sentimos, pelo bem e pelo mal. Indisposto de critérios completos como se ninguém conseguisse dispor da capacidade de compreendê-lo. Mas não há como. Já que aqui estamos. Desarmados de um provido senso de estar, aceitamos aquilo que a vida nos dá gratuitamente. Como o fôlego. Suficiente para viver. Ridículo e pequeno para quem quer o suspiro constante de continuar a caminhar.
Mas calo. Não posso indispor do que tenho. O batido do coração, o ingênio de supor, a pureza de acreditar. E assim continuo mais uma vez. Incólume, tolo, persistente.
Ele deu voltas sem parar. Persisti aos discursos. Aceitamos as propostas. Agora nos olhamos sobre os ombros, como quem aceitou o pressuposto. Claro, mais um tolo por estar aqui, disposto a ler isto. Sinônimo de não precisar mais ter aquilo que já tem. Síntesis. Minúscula. Patrimônio. O estátus estável de ser algo que já é na essência, sem precisar ser além. Tenho dó.
E assim vamos. Aceitando. Aceitando. Aceitando. Existindo. Existindo. Existindo.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Faltou um serzinho despresível, sem importância e antigo para nos entregar a verdade. Alguém pode sobreviver fora dos padrões necessário ao existir. Mas o que me faria acreditar que a ciência seria capaz de definir o que é a vida? A própria ciência determinou o que é necessário para que cada ser pudesse existir, respirar, se alimentar, etc. A ciência nos simplificou a uma sequência de testes comprováveis, como se o todo do ser fosse apenas uma simples experiência repetível, controlável, e hipodérmica. Quando muleque, chamaria-o de pequeno.
Sou mais do que as respostas podem dar. Sou mais do que as perguntas já concretizaram. Sou alguém sem importar, mas que existe.
Há ciência exata. Há a ciência humana. Há a retórica desnuda, e construída sobre o alicerce do saber. Mas o saber já é determinado pelo engenho humano. Limítrofe, tolo e que não vai além da capacidade simples de compreender de que não somos o fim. O sentido apostos em 6 não é determinante ao que por exêlencia Deus fez. Em seu absoluto e inconstetável todo, somos o recorte desnecessário que justifica em partes o motivo de estarmos aqui. Mas como nada pôde nos dar uma resposta, aqui continuamos. Com fé, com a ciência, com a conciência. A vitrine do que somos, enxergado pelo espelho.

sábado, 16 de outubro de 2010

Artefacto

A simbiose de mim, do ser, do querer, do estar me fez acreditar de que posso mais do que devo, e de que teria mais do que pudesse.

Os tapas mais doloridos são compostos de coisas arquétipas: vida, morte, dor, amor. Com elas acordamos perante o que evitamos, tememos e desconhecemos. Com elas nos damos conta da servidão que é ser humano.

Simples como o desejo de querer ter novamente, o vazio da miséria de que o tempo passou e nada fiz por merecer faz acreditar de que somos menores do que a insuportável dor que sentimos. E nem sempre os que geram essa dor, a mereciam como um galardón.

Não me nego por querer, mas me diminuo por necessidade. A existência plena através do processo da compreensão dos fatos se faz irreconhecível perante uma lágrima. E quem a nega, nunca chorou sincero.

O que me resta é escrever. Fácil, discreto, sublime, simples e com a possibilidade de corrigir sem deixar rastros. Por mais cansada e promíscua, a palavra se mantém incólume perante o que eu penso. Moldo o que eu quero através delas, assim dou forma e sentido. Através das palavras registro o real momento da vida. Dão a forma, significante símbolo do que pode ser. O que é, só está em nós, e isso ninguém contesta. Nem nós mesmos. Nós é conjunto de caráter com experiências. Ou seja,
é desajustado em relação ao que somos. O que somos é essência. Nós, é a linguagem utilizada na pífia tentativa de nos entender.