terça-feira, 18 de maio de 2010

O não querer está no pensamento, ou está na capacidade de não comentar a vontade com ninguém?

Sem mais.

Cansado. O peso de toda uma noite, recolhido numa manhã segura. Como se houvesse uma simples promessa cumprida de uma vontade escondida. Ou a memória me devolvesse tudo.

Não sou o que teus olhos acreditaram, nem o que teu corpo sentiu.

Protegido. Entre o céu e o inferno, vivendo a vida que resta. Sou apenas a peça que faltara. A opção do encaixe predestinado. Desistindo de tentar, é a segurança de manter. Esqueço de querer, não quero poder.

Descrente. A imensa força que está em nós, minúscula perante o que realmente somos.

Seguir. Sem rendição, sem réu confesso, sem acareação, sem protesto, sem ingresso. Vou adiante. Peito aberto, de frente pro canhão, sem medo da verdade.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Así.

Todo es mío. El dolor de haber nascido, la gracia de vivir, la victoria de existir.

Esperame. El viento soplará, la mesa será servida, te brindaré como una copa. Lo mejor de um sentimiento, el ingreso a la verdad, un discurso sincero.

Gracias a ti, me ví. Gracias a ti, me descubrí. Gracias a tí, soy um poco más humano. Un poco más animal.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Haver.

Aquela conquista inglória. O sorriso discreto. A existência sem vida. O adeus sem mistérios. Vivemos como se tudo fosse o mesmo do sempre. O despertar de um Sol, o ingresso da mesma noite. O silêncio do frio. O peso do saber.

Do momento, ridículo fantoche. A expressa conciência de que tudo vai nos levar para onde for, desde que seja onde queremos. E aquela angústia de saber, de que por mais que acreditarmos, o amanhã não nos pertence.

Incrédulo e sincero sobre nós. Algum dia chegará. Algum dia bastará. Como se o fim da reta estivesse na esquina. Como se o teu sorriso agradecesse o motivo. Mas sabe lá, que nada há mais do que é, e sempre será, muito mais do que pode ser. Não há em nós algo maior do que somos. Não há nada menor do que poderíamos ser. Aprenda você, a conceder o espaço real do seu tamanho, na escala sincera do seu valor. Não há promessa sem cunho. Não há olhar sem luz, não há mundo sem você.

Me ensina a descrer. Te ensino a amar.

Não consigo esquecer, e assim não consigo acreditar.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Ingresso

A extensa distância é maior do que a vontade de poder. (1)

E a capacidade de cada um, depende mais do que aprendemos, e da possibilidade do que acreditamos. (2)

Continuo assim, como se nada. (3) Tivesse acontecido. (4) Tivesse acreditato. Tivesse vivido. (5)

Construído algo além do que nós fomos e pudemos. (6)

Existo, isso sim, alegre. Refúgio da estima. Ingresso do saber. Alcova da ignorância. Assumo o que há de mim. (7)

E não adianta mais do Nós. Se o troco é pouco, ainda é muito. (8)

Bem menos palavras. Mais do sentido. Palavras são o destino do que aprendemos. O sentido é em nós, o que somos. (...)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Regresso

Como se tudo se resumisse numa simples linha. Mas ela dividia o céu e a terra... era o horizonte. Eramos nós. E assim levávamos o que restava de nós. Num simples despertar do que aconteceu e do que estava por vir. Mas inocente, hipócrito e insólito. Num contínuo digitar. Como se o amanhecer não fosse o suficiente. Como se a ternura fosse pouco.
Desistí por um bom tempo. De mim. De você. De tudo. Afinal, o que restava eram apenas, eu. Nú. Sem mais nada além de mim e de você.
Mas são apenas letras. Sem sentido. Sem lapso, sem regresso, sem retorno.
E a o que me diz? Estou aqui, e me acorda para o dia, sem a piedade de quem está para nós cuidar. Afinal, uma só história basta para nos encontrar sensíveis como somos.
O tempo, a distância, o lapso e o relativo foram pouco para o tudo. A discreta forma de encontrar disforme o que somos, é apenas a forma de dizer o que sabemos. A distância está no que somos. No que sabemos. No que aceitamos.
Um artifício da verdade descrita num olhar. No fim do impossível, olhar daquilo que chamamos de verdade. Na luz desenhada de uma alvorada qualquer. Comum. Discreta. Constate. A manhã de nós. A verdade do que é.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Antes.

Enquanto entendemos as promessas, os erros se mantêm.

E nesse tempo, a terra girou, ele próprio passou, a paciência acabou. E continuávamos ali, jurando entender o idioma de um lugar alheio ao bom senso do fácil controle das coisas.

Por isso, não tenho território. Sou um pouco de onde pisei, de quem ouvi, do que senti. Um conciso fragmento de um canto vazio para os outros. Mas não me incomodo com muito. Só quero o que me é de direito. O ar pra respirar e a água pra beber. Do resto, faço alimento necessário. Dos problemas, sobremesa. Fiz da minha vida a textura pro contraste.

Vivo de frente ao intangível. À bala perdida. À bactéria no alimento. À fúria do vizinho. Ao destino do que é meu, e não está aqui. Não prometo mais. Posso não cumprir. Há um disperso conceito dos vitoriosos, sem opção ao contrário. E isso é tão divino quanto o Deus que me venderam. Mas não comprei essa ficha. Meu blefe será testado no desencarne.

Nossa vida é como um texto no MSN. Teclado rapidamente para dar sentido, mas com uma enorme possibilidade de erros. Incompleto, e muitas vezes inteligível.