sexta-feira, 19 de junho de 2009

Pré-texto.

Falo com as mãos como se fosse pré-texto. Uso-as como se a defesa estivesse ao alcance. Mas não há chance. Estamos rendidos pela limitação do que conseguimos tocar. Por isso, nosso mundo é pequeno, mesquinho, sem graça e divertido. Passamos o tempo tentando topar as coisas que os olhos vêem, e o coração sente. Mas a distância é tão curta quanto o abraço. Fingimos dá-lo para continuarmos presentes.
Mas inventamos a saudades. Soma da distância, com o tempo vazio. Sobrevivem os que decidem por outra equação. Algumas duram mais. Algumas são fajutas. Outras são credo.

Enfrento de peito aberto a intempérie da verdade. O destino é o único que acompanha mesmo não acreditado. Nós vamos por inércia. Amamos por comodismo e relutamos quando dói. Mas o caminho continua. Apenas a forma de atravessá-lo se modifica. A maioria dos animais segue o mesmo percurso. Apenas nós insistimos em mudar de rumo. Como se as respostas estivessem ali.

Mas como temos achamos as respostas, dadas, compradas, alugadas ou ganhas, somos nós. Só nós. A incrível possibilidade de ser o que somos, nos dá a incerteza de saber se realmente vamos pro lado certo. Daí, nos tornamos humanos. Fazemos errado. Nos definimos e somos. Infelizes ou festivos, cada um decide o quê

domingo, 31 de maio de 2009

Meta-Manifesto.

Ainda há tempo. A Web Semântica ainda não nos diz o significado real do que buscamos na internet. Acredito, uma das minhas teses, que a Web Semântica veio para dar sentido aos conteúdos na internet. Ai eles poderão definir, subliminarmente, o que devemos encontrar, quando buscamos algo. Por isso, www.myspace.com/bandatemblor participe e promova o Meta-Manifesto.

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quarta-feira, 20 de maio de 2009

Desde que.

O mundo se acaba em nós. O tempo imploda. E a ação se componha. O texto é quase sempre um tipo de pretexto para conseguir a ternura. É a vida. O abraço, o sonho, a recesso de poder continuar sem pedir licença. É a atitude do derrotado frente ao grito da vitória. É o pequeno argumento da vida perante os fatos da história. É a descrença para poder sobreviver.

Existir é mais do que a resposta. É mais do que o contexto. É o texto desconexo que engana ao escritor. Roteiro próprio.

Tempo não é nada. Um começo que termina. Um lapso. O próprio lapso. O fim da história. Mais do que o contido. Apenas o descrito. Que não é nada. O tudo se compara com o infinito. Mas o critério é comum, como o próprio aqui descrito.

Impropério quase explícito. A ação de um critério. A justificativa do porém.

Há uma retórica em toda verdade. Mas não há sinceridade no dito. Somos o contexto. Somos o léxico. Somos o semântico. Expressão insólita descrita como se nada fosse acontecer. Apenas o que pode e não pode. Depende de você.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Disforme.

Há uma armadilha em nossas vidas. Armada, preparada, disposta. Ela se chama sentimentos. Como não a compreendemos, a acionamos. Nela ficam as nossas esperanças, sonhos, verdades, mentiras.

Sincero mesmo é o vento. Sem sentimentos, mas que toca tudo sobre a terra. Ele não tem filtros, nem critérios para fazer parte da vida de todos. Ele está disposto sobre as coisas, como se fosse a única e real coisa que valesse a pena. Não depende de nós, e nem pode ser atrapado, nem moldado.

Somos matéria bruta, carne e osso. O mais sincero estágio do que fazemos com nós mesmos não é tangível. Mas está. Nas atitudes, na postura, no estúpido corpo que cultivamos. Sofremos muito e parece que ninguém se importa. É que precisamos ser admirados e respeitados pelo que sentimos. Mas os outros esperam coisas que possam ser vistas, palpadas e estocadas. Não sentimentos. E para nós o que importa é se os outros sabem disso. Quando nos fechamos em nós mesmos é que tudo perde sentido. Se sofrermos dividindo o sentimento, faz mais sentido.

Essa é a armadilha. A do reconhecimento. A do poder. A do senso de que tudo é mais do que realmente deveria ser. Somos criativos nos argumentos impunes de que a vida é mais do que realmente é. Somos incrédulos no processo de nos adotarmos como importantes para nós mesmos.

Há que se liberar do que achamos. Sejamos apenas. Como o vento. Disformes. Sem sentido previsto.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Desconforme.

Chore muito. Chorar é quase o único processo realmente demonstrativo de que somos racionais. Não machuca, mas dói muito. É sensível já que este corpo é a extensão do que pensamos. É exatamente o que compomos em nossas cabeças sobre o que realmente achamos que somos. Gordos, feios, fortes, saudáveis, deprimentes.

Por isso a lágrima é a composição exata do que é sincero em nós. O sentir. Líquido, disforme, salgado, pesado e capaz de se fazer presente no lugar mais importante do corpo. Ela destrói a composição exata da alegria, ela aprofunda o sentimento da dor.

Assim, que quando o momento de apresentá-la ao mundo chegar, desprenda-se dos conceitos que por muito tempo definiram você como forte ou superior. Além da morte, este momento é um dos únicos que nos coloca como iguais. Ou seja, nos despe do que achamos ser. Nos deixa apenas com o que realmente somos.

Aprenda a dar colo aos que não a seguram. Aprenda a ser forte o suficiente de compreender o volume daquela pequena gota. Ela é o reflexo concreto do volume que o coração tem que expor ao mundo.

Forte é aquele que a aceita. Pela dor, pelo amor.

Por não ter forma, a lágrima consegue preencher o espaço vazio de diversos sentimentos. O volume, a transparência e a composição. Líquido criado por nós, protege, limpa, alivia.

Saiba medir a sua vida pela quantidade de lagrimas derramadas. O total de vitórias e derrotas são contabilizadas por elas. Se foram poucas há uma certeza. Pouco se viveu, e poucas coisas você realmente fez que valessem a pena. Reveja a sua vida. Não que eu me importe por ela. Mas garanto que você ainda não sentiu nada. E não sentir, é não existir.

Chore. Chore muito. Não interessa o motivo. Mas chore. Sem choro não há um motivo concreto de viver. Sem a lágrima não há algo que justifique a sua insignificante capacidade de respirar.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Desprocesso.

Acabei de descobrir um processo diferente de existir. Não é apenas uma questão de descobrir o que não conheço. É um processo de desconstrução da forma com que compreendo minha própria vida. O susto foi tão grande que decidi compartilhar as minhas opiniões sem medo. Claro, sem medo já que ninguém lê o que escrevo mesmo. Assim ficará bem mais fácil. Corro o risco, mas sem perigo algum.

Somos mais do que acreditamos. Somos mais do que podemos sentir. Somos mais do que podemos enxergar sobre nós mesmos. A existência invisível de ser aquilo que imaginamos é o que normalmente conhecemos como real. O real tocável, sentível, saboroso é a interpretação do que conseguimos captar. O que enxergamos sobre nós é um composto de dados, que chamaremos aqui como códigos.

A cada novo passo, no sentido do descobrimento de qualquer coisa, é um passo no sentido de que devemos presenciar processos de relacionamento com pessoas, e com o mundo palatável. Mas essa construção e definição das coisas através da experiência simples da comprovação de que é real, ou melhor, através dos métodos que definem este real é de algum modo, no mínimo incompleto, incapaz e para alguns, errado.

As formas que utilizamos para questionar a própria existência de Deus são ineficazes. Sou ateu, e nunca perdi um momento da minha estúpida existência para descrever quão idiota era explicação daqueles que acreditam em algo superior. Esqueçamos aqui o rigor e o respeito às crenças. Não é uma discussão dogmática. Se você já não entendeu e discorda de algo, por favor perca seu tempo de outra forma.

A base da nossa experiência administrável, o que alguns definem como vida, é constituída de uma série de interpretações. Essas interpretações surgem ao longo do tempo em que existimos como forma de encontrarmos respostas. A definição clara do que devemos ser, neste momento meu caro, foi composta por alguém em você. Com essas informações inseridas em você, definimos o que é certo-errado, bom-ruim, melhor-pior. São poucos o que detêm a real capacidade de compreender que o mundo em que vivemos é a enorme composição de um ambiente interpretado por todos. E que no espaço físico em que nos relacionamos existem forças de coexistência, poder e certezas. As duvidas quase sempre são o motor que transforma nossa vida num eterno mudar de rumo.

Não há verdade cabível. Não há certeza concreta. Não há existência. Criamos as leis para que a tangência das nossas vontades sobre a matéria, humana ou do lastro, pudesse ser definida sem que nos matássemos. E a verdade aos poucos se tornou algo interpretável. Como ela não existe, ela não é real. Ela então passa pelo filtro social existenciável para que num determinado momento alguém saia ganhando. Simples assim. Não há no mundo um país que não utilize interesses pessoais para determinar um caminho, uma decisão das leis, ou a derrota dos que mais precisam de ajuda para sub-existir. A Noruega em seu mais alto grau de evolução social, política e administrativa, solidária com países e culturas que precisam de conhecimento continua matando baleias à beira da extinção por uma questão cultural.

A nossa anestesia existencial é crítica e explicável aos olhos daqueles que compreendem a sociedade feita de conhecimento palpável. Mas não. O conhecimento deve ser construído não apenas da energia mecânica das coisas. O conhecimento deve estar naquilo que sentimos. Sentir é um processo tão complexo que nem a ciência que desenvolve tudo, o decodificou.

Acredito que o sentir é um processo tão único de cada ser, que jamais será compreendido na sua totalidade. O sentir, é o real saber de tudo. Como sentimos, e como criamos uma relação emocional com as coisas é o que importa. Neste campo não decompomos o sistema em que vivemos.

A distorção do que é certo e errado chegou ao ponto de aceitarmos a subtração do próprio sistema material que nos sustenta. Nos afastamos do mau cheiro porque nos dá nojo e vomitamos. Mas somos incapazes de ajudar as pessoas que comem lixo para que não voltem a fazê-lo. Independente do motivo, não o fazemos.

O que você acabou de sentir ao ler é o que realmente importa. Não é questão de deter o poder da verdade do que é melhor, ou pior. É a simples força que a emoção do que conseguimos captar do nosso mundo. Não o mundo. Não a nossa existência material nele. O nojo do lixo é uma composição de códigos pré determinados. Como há gente que vive dele, e consegue dele a comida, se eu quero vomitar? A necessidade de comer, e a falta de possibilidade de se saciar no restaurante em que as nossas famílias deixam sobras podem ser a definição. Ou seja, a percepção do nosso redor. Através de diversas formas de contexto e de explicações. Assim começamos a nos livrar de preceitos. Esses preceitos nos determinaram o que é a vida, o que é a existência. Existir não pode ser determinado pelo nosso estado físico.

Continuo depois.

domingo, 22 de março de 2009

Sin Zero.

Temos que trocar os verbos. O tempo, e o que eles indicam. Eles são normas que nem sempre explicam o que queremos. Dependemos deles para dizer o que sentimos.
E aí começa a imperfeição realizável. E sempre há algo unicamente imperdoável. E dependendo da conjugação, teremos cometido o erro. E quase sempre com quem não merece.

O tempo é único. Indivisível como a própria vida. Ele não existe sobre outro aspecto além do nosso. Queremos tê-lo a nosso serviço. E quase sempre enganados por nós mesmo, o conseguimos.

Sou sincero comigo. Perdi meu tempo. Perdi com escolhas, com o que me caiu no colo, com as oportunidades. Não sou mais aquele que quer aproveitar o tempo. Ele não resta. Vejo o dia, a noite, e a tarde como o pressuposto do que é estar aqui. Sem o desespero do que não vivi, sem a tortura do que passou. Existo conforme o tempo e a música.

Não há tempo pro que queríamos. Acreditamos em novas coisas, usamos o tempo para elas. E no fim, ele passou, assim como a vontade de tê-las. O poder de querer algo, é o poder do tempo. Afinal é o que mais gastamos ao longo das nossas vidas.

Não sei para que estamos aqui. E na verdade, ninguém sabe. O que sabemos foi devidamente programado, ensinado, debatido e certificado, por alguém como nós. Se a verdade única e concreta de vir ao mundo se realiza na crença de que estamos aqui por algo, acredito na minha mentira.

O concreto do prédio ou da poesia não é sinônimo da grandiosidade humana. Não há algo maior do que a própria dúvida de todas as respostas ditas. Elas são tão criadas quanto o Apocalipse. Começo, meio e fim.

Me deixo só. Quase sempre como deve ser. Aprendi a desmontar tudo aquilo que os meus sentidos captam. Aprendi que só o ritmo único de continuar a pulsar nas artérias é o ritmo correto de aproveitar o que temos aqui.

Defino-me como sou. Defino-me como me enxergam. Nem mais, nem menos. Defino-me como este texto. Cheio de sentidos para mim, cheio de erros para a norma. Mas não penso como me defino. Não há como utilizar-nos na referência das coisas que acreditamos. Vivemos muito menos do que o necessário para saber se o que achamos é viável, importante ou ridículo. O problema reside quando nós decidimos se o que sabemos é a verdade. O conhecimento é pequeno se comparado às duvidas. A mentira é uma dúvida. É a verdade conjuntural aplicada propositalmente para um fim pessoal. Ou seja, nós mesmos no momento em que conjugamos os verbos para explicar o sentido das coisas.